sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

ESTEVA RODRIQUES DE SOUZA (5/9/1929 - 6/7/2010).

Xiko Mendes
(Membro efetivo da Associação Nacional de Escritores – ANE, Brasília – DF;
Da Academia de Letras do Noroeste de Minas – ALNM, Paracatu – MG;
Da Academia de Letras e Artes do Planalto – ALAP, Luziânia – GO; e
Da Academia Planaltinense de Letras – APL, Planaltina – DF).




Momentos de uma Família aos 60 Anos







Todos os DIREITOS reservados ao Autor e seus descendentes conforme previsto nos Artigos 6º, 22, 28, 29-VI e 37 da Lei Federal nº: 9.610 de 19/2/1998, e Artigo 184 do Código Penal. Qualquer reprodução desta obra sem autorização prévia incorrerá na punição do infrator.





· À eterna memória de minha mãe, Dona Esteva Rodrigues de Souza (5/9/1929 – 6/7/2010).

· Ao meu pai octogenário, João Mendes de Queiróz, nascido em 19 de junho de 1928.

· Aos meus irmãos e irmãs.

· Aos meus primos Camilo da Tia Ambrosa e Zé do Tio Venço (in memoriam) em nome dos quais homenageio todos os outros.

· Aos meus sobrinhos, sobrinhas e cunhados(as).

· Aos Genros e Noras dos meus pais.

· Aos meus tios: Tio Santo, Tio Eustáquio, Tia Duvige, Tia Ló, Tia Gertrudes.

· Aos meus outros tios: Zé, Nizo, Ana, Rosa e Tercília.

· Aos amigos dos meus pais.

· Ao meu tio Antônio “Branco”, irmão mais velho da minha mãe, e que, se estivesse vivo, comemoraria seu Centenário, em 2011.

























Adeus, Carinhanha!

(Homenagem aos meus pais, João Mendes de Queiroz e Esteva Rodrigues de Souza que nasceram na beira do Rio Carinhanha, na década de 1920, e aí viveram até junho de 1960).
Xiko Mendes

Tu és o meu saudoso rio Carinhanha!!
O rio que eterniza minhas lembranças,
O rio que conheci na época da infância
Quando meus pais lá passavam semanas.

Tu és o Carinhanha de águas escuras,
O rio que tanto seduziu Guimarães Rosa,
O rio das infinitas planícies arenosas,
O rio que dá as costas para o Urucuia.

Tu és meu espelho d’água deslumbrante!
É lugar onde nasceram meus queridos pais,
Terra de lindas veredas chamadas Gerais,
Onde o Paraíso ressurge vivo no horizonte.

O rio Carinhanha é cheio de paisagens
Onde se destacam centenas de buritis,
Onde a Natureza inspira dias felizes,
Com seu espetáculo de belas imagens.

Tu és o meu inesquecível Carinhanha,
Região onde viveu toda a minha família,
Lugar de memória de minhas fantasias
Quando era menino imaginando façanhas.

Oh! Meu amado e eterno rio Carinhanha:
Você é o rio dos sonhos de minha infância!
Eu guardo de ti o meu Baú de Lembranças
Do tempo em que aí passávamos semanas.

Esse é meu velho Carinhanha saudoso,
A fronteira natural entre Minas e Bahia,
Onde vivi momentos de eterna alegria,
E depois voltava pra viver em Formoso!


Parabéns ao Papai! Saudações a Mamãe!

Homenagem ao casal “João (e) Esteva” – Fundadores da família “Mendes (de) Souza” – em nome dos seus dez filhos, netos e bisnetos – quando juntos completaram Cinqüenta Anos de Casamento, em agosto de 2000.
Xiko Mendes

Juntos declaramos que deste Amor
Organizou-se uma honrada Família;
Amando um ao outro com fé e pudor,
Os filhos nasceram: 8 e mais 2 filhas!

Este Amor tão grande, puro e sincero
Se multiplicou em diversas gerações;
Tendo se transformado em amor eterno,
Este namoro de fazer explodir corações
Vicejou criando vários casais fraternos
Amando também como novos pais e mães!

Manifestamos aqui toda a nossa Gratidão.
Eles – João e Esteva – são, além de pais,
Nossos fiéis amigos que nunca dizem não!
Desejam a todos nós só Felicidade e Paz,
Esperando que cada um faça da União
Símbolo da boa convivência com os demais!

Sábios em nos ensinarem estas boas Lições,
Orgulhamos do quanto foram competentes
Unindo Amor com Fé na busca de soluções,
Zanzaram por aí lutando para criar a Gente.
Agora, enfim, nossos Parabéns e Saudações!

Nota do Editor: Esse poema foi transcrito do livro “Celebração de um Momento Único”, do escritor Xiko Mendes, ITF, Brasília – DF, 2003, Pág. 65. Ele foi recitado no dia 20 de setembro de 2003 em evento comemorativo aos 53 anos de casamento de Dona Esteva com Seu João, quando também comemorou-se os 74 anos de Dona Esteva e o primeiro ano de aniversário da filha do autor, Maíra Évelin A. Mendes. Essa festa aconteceu no bairro Estância Mestre D’Armas 01, em Planaltina – DF, local para onde o saudoso casal veio morar a partir de 26 de março de 1996. Nesse livro foi relatada toda a história genealógica das famílias de Seu João e Dona Esteva.





Dona Esteva – 80 anos!

XIKO MENDES**


Ela é meu ser mais importante do Mundo:
Sábia, bondosa e acima de tudo humana.
Tem por todos um amor eterno, profundo!
E age 24 horas como verdadeira “mãezona”.
Vive sempre querendo que o melhor
Aconteça na vida de todos os parentes.
Reage, brava, em defesa de todos nós,
Orgulhando-se de teus descendentes,
Dedicando-se a não deixá-los só.
Reza, reza e pede ao Deus potente,
Invocando-O como o nosso protetor,
Guardião do futuro de nossa gente.
Uma mulher guerreira, ousada!
Ela nunca se deixou vencer!
Sozinha foi criada;
Destino: SONHAR, LUTAR, VIVER!
Essa tem sido a sua grande missão:
Se colocar a serviço da família!
Olhar o próximo como um irmão!
Utilizar o tempo para dignificar a vida!
Ziguizaguear entre os caminhos do coração
Amando a mim, a vocês e ao seu esposo: JOÃO!!!


(**) Homenagem à minha mãe, Esteva. Sábado, 5/9/09.

O Meu Dia dos Pais
Xiko Mendes
(Homenagem ao meu pai, JOÃO MENDES DE QUEIRÓZ, domingo, 8/810).

Todos os dias são belos diante do seu sorriso
Como sua presença me alegra e rejuvenesce.
Estar com o meu pai é como estar no paraíso
Recontando histórias enquanto a vida floresce.

Com você, Papai, vivo momentos especiais.
Com você eu sei que estou feliz e realizado.
Com você todo dia para mim é Dia dos Pais.
E estando comigo também estará amparado.

Com você, meu papai, desejo que a nossa vida
Ande devagar para eu curtir aqui sua presença.
E que as estrelas, em nossa chegada ou partida,
Guiem os nossos contatos de maneira intensa.

Que Deus faça com que todos os nossos dias
Sejam momentos sublimes de perfeita união;
E que, papai, seja sempre o meu Mestre-guia
Conduzindo-me com muito amor no coração.

Que meu papai possa sempre contar comigo
Na saúde e na doença, na alegria e na tristeza.
E que ele saiba que sou e serei sempre o filho
A amá-lo eternamente com absoluta certeza.

Eu peço a Deus que ao meu pai dê vida longa.
E desejo-lhe que guarde na alma essa saudade
De quem amamos e reaparece quando se sonha
Os sonhos de uma família em plena felicidade.


Meu Pai é o Meu Herói!

Xiko Mendes


Juro que você sempre foi e sempre será
O meu herói anônimo de todas as horas,
A base que sustenta a Estrutura do Lar,
O Homem que deu início à minha história.
Mais que herói, você é um Grande Amigo.
E sempre me orgulho do seu jeito de Ser.
Nasci para honrar suas virtudes como Filho
Dedicando-me ao cumprimento do Dever.
E isso é o que sempre me ensinou:
Se colocar como pessoa discreta e honrada,
Dizer a Verdade e cumprir com a Palavra,
Educar a Família com Respeito e Amor;
Que assim construiremos um Mundo melhor,
Uma história de Sucesso, Paz e Felicidade.
E sempre com Honradez e Humildade,
Iremos superando obstáculos com trabalho duro,
Refazendo o caminho desse grande Pai-Herói,
O Homem que me criou e me ensinou a ser gente
Ziguizagueando seus passos sem desistir do Futuro.

Planaltina – DF, Sexta-feira, 16 de julho de 2010 – 10 dias após o falecimento de minha mãe, Dona Esteva Rodrigues de Souza (1929-2010).




Memórias Póstumas de Dona Esteva
com Seu João em Seis de Julho de 2010, após 3:30

Xiko Mendes


O ano era 1929 e o dia, cinco de setembro,
Quando nasceu no vale do rio Carinhanha.
Em 1934 enquanto ainda estava crescendo
O pai dela morreu e isso a deixou tristonha.

Dona Esteva tinha pouco mais de dezessete
Quando sua querida mãe veio a falecimento.
Esse fato ocorreu naquele triste ano de 47,
Data de que falava com muito sentimento.

Era dois de agosto do inesquecível ano de 50
Quando ela realizou talvez seu maior sonho:
Ela tornou-se esposa até quase aos sessenta...
Anos de um longo bem-sucedido matrimônio.

Encontrou uma pessoa pra amar de coração.
Com ela constituiu família tendo dez filhos.
Ele foi o único amor de sua vida: Seu João,
O homem a quem ela sempre deu auxílio.

A família rendou uma prole de dez irmãos
Tendo como primogênito o Seu Valdivino;
Mais duas Marias, Horácio e os outros são:
Mário, Valtim, Zé, Xiko, Cloves e Arcelino.

Mulher guerreira e com a fé de quem sonha
Dar aos filhos um futuro com bom resultado,
Ela e o marido deixaram o vale do Carinhanha:
Vieram trabalhar e morar na fazenda Rasgado.

Como vaqueiros chegaram lá em junho de 60.
Ficaram até 68, na semana santa, mês de abril,
Quando retornaram de Formoso e dessa fazenda
Pra viver mais dois anos na beira do velho rio.

Em 1970, bem em meados do mês de agosto,
D. Esteva e seu João deixaram o Carinhanha.
Agora vieram definitivamente para Formoso
Pra, juntos, realizarem mais uma outra façanha.

Deixaram aquele rio e o lugar onde moravam.
Vieram pra estudar os filhos em solo mineiro.
Mas nunca esqueceriam a fazenda Canabrava,
Mesmo agora morando na chácara do Barreiro.

Formoso é a cidade que deixou a sua marca
Nessa que é a ilustre família Mendes de Souza.
Por uma década eles viveram naquela chácara.
Foi onde foram felizes e deixou lembrança boa.

Mas em 80, fim de ano, em 23 de novembro,
A família deixou de viver em ambiente rural.
Decidiu morar na cidade e eu bem me lembro:
Foi morar dentro de Formoso na rua principal.

Lá montou comércio e começou nova luta.
Comércio não deu certo, iniciou a dispersão.
E com a família toda agora já quase adulta,
Filhos foram mudando, só ficando a solidão.

Na cidade de Formoso se somou dezesseis
A quantidade de anos na rua Castelo Branco;
Foi quando, em março, dia 26 do ano de 96,
Dona Esteva e Seu João tiveram novos planos.

Mudaram de Formoso: se fixaram em Brasília.
Lá viveram unidos por mais uns quatorze anos.
Mas, em seis de julho de 2010, foi essa família
Obrigada a alterar sua vida em outros planos.

Dona Esteva faleceu deixando uma bela história.
E o Seu João, o Patriarca, mantém todos unidos.
Dona Esteva foi pro céu, mas aqui sua memória,
É uma lição com exemplos que serão seguidos.

Enquanto isso, o Seu João, que nasceu em 28,
Mantém-se na família como o grande patriarca.
Ele é nosso herói, homem simples, mas afoito,
Por criar 10 filhos deixando na terra sua marca.

O Seu João também é um grande personagem!
Nasceu na fazenda Muriçoca, na mesma região
De Dona Esteva que, com ele, teve coragem
Para, juntos, realizarem essa transformação.

Quando o Seu João veio viver nesse mundo,
Deus mandou pra ele a sua grande parceira.
Desde que ele nasceu em dezenove de junho,
Ela o acompanhou sempre: ela é Dona Esteva!

Seu João foi habilidoso amansador de cavalos.
Ele foi vaqueiro, plantou roças e tocou boiada.
Ele foi carreiro amansando muitos bois bravos.
E, como peão, acordava o mundo de madrugada.

É o Seu João um homem com missão cumprida,
Pois hoje a sua grande família está toda aí criada.
Ele é um grande pai e não deve reclamar da vida
Porque fez o possível pra ver a família realizada.

Assim termino pedindo Deus proteção divina
Para que essa família siga sempre harmoniosa,
Pois Dona Esteva com Seu João é quem ensina:
Família boa vive unida, é honrada e maravilhosa!






Despedida Triunfal a uma Mãe Heroína!
(Homenagem à D. ESTEVA Rodrigues de Souza, 5/9/1929 – 3ª feira, 6/7/2010, 3:30).

Xiko Mendes (Penúltimo Filho de Dona Esteva).


Quando ela nasceu,
O céu estava claro
E as estrelas brilhavam.
Não se sabe a que horas,
Mas os anjos se reuniram
E disseram: nasceu uma GUERREIRA!
Ela não terá pai para criá-la, pois
Ele morrerá antes dos quatro anos dela.
Não terás mãe por muito tempo, pois
Morrerá antes de ela completar 20 anos.
Mas não será uma pessoa solitária,
Ou covarde diante da vida.
Ela será ousada, sonhadora, convicta
Daquilo em que vir a acreditar.
Será uma MULHER DE FÉ,
Profundamente religiosa,
Crítica, independente, polêmica...
Pois tudo que vir a pensar será dito
Ainda que isso doa na alma das pessoas.
Dar opinião e não ter medo de externá-las
Em qualquer lugar e para quem que seja
Será a marca maior de sua personalidade.
Será uma mulher firme sempre, mas
Muito meiga, sentimental, amorosa com todos;
Saberá sempre perdoar as pessoas
Logo depois de um conflito de opinião.
Assim sendo, ela cresceu, casou-se,
E viveu com o único homem de sua vida
Por quase sessenta anos.
Teve dez filhos, um punhado de netos,
Mais alguns bisnetos.
Ao longo da vida nunca se conformou
Em ser analfabeta.
Estudou, com apoio marital, todos os filhos.
Uns se formaram, outros aprenderam
O mínimo necessário para viver.
Ela era e será sempre nossa heroína.
E ela se orgulhava disso: de ter
Criado a filharada sozinha e na roça,
Sendo esposa de vaqueiro tão forte e
Herói anônimo e honesto do jeito dela.
Para nós, ela nunca fora analfabeta!
Ela não dominava a escrita, é verdade,
Mas escrevia sonhos em céus estrelados;
Não verbalizava a leitura, é verdade,
Mas lia com perspicácia e sensibilidade,
Interpretando no rosto de cada ser humano
O Grande Livro da Vida:
Esse livro que não é feito de papel,
Mas de experiências acumuladas,
De vivências compartilhadas e
Ideais diariamente perseguidos
Para ela e para o bem de todos ao seu redor.
Esse livro sem palavras
Tem como símbolo a vida em meio aos
Conflitos da Existência.
Ela era uma “leitora” atenta do Livro da Vida:
Sabia aconselhar;
Sabia ser prudente;
Sabia amar com o mais nobre e puro dos sentimentos
Humanos: o de ser mãe 24 horas! Sempre!!!
Morreu com quase 81 anos.
Mas nunca deixou de sonhar.
Nunca deixou de acreditar que viveria
O tempo suficiente para cumprir sua
Missão como mulher, como esposa,
Como mãe, como avó e como amiga
Fiel, sincera, verdadeira!
E todas as suas missões foram cumpridas!
Essa mulher, que tornou-se adulta sem pai e sem mãe,
Foi, para nós, a mais importante de todas as mulheres.
De tudo o que ela representa para nós,
Restaram cinco coisas como lições eternas de vida.

São frases das quais nunca esqueceremos:
1ª – Sonhem meus filhos, sonhem!
2ª – Deus não desampara ninguém! Acreditem em vocês!!
3ª – Não pague o Mal com o Mal porque Deus sabe a hora de dar respostas.
4ª – Nunca carregue mágoas; perdoe as pessoas sempre.
5ª – Não chorem no meu enterro, não chorem, pois DEUS sabe a hora de me levar.

DESCANSE EM PAZ, MAMÃE!!! Descanse!!
Que Deus e aqueles anjos – que anunciaram seu nascimento –
Se juntem como Mensageiros da Harmonia e do conforto espiritual
No Céu e na Terra,
Na Alegria e na Tristeza,
Na Saúde e na Doença...
DESCANSE, MAMÃE!!! Descanse!!
– “Deus não desampara ninguém”: a Senhora sempre dizia isso.
E Ele, Deus, está conosco e sempre estará com você, mamãe!
Tchau, MAMÃE!!!
Um dia nos reencontraremos
Para lermos juntos o GRANDE LIVRO DA VIDA
Do qual você, mamãe, inscreveu-se como
Uma das AUTORAS, sempre escrevendo com a pena da
Esperança e do Amor sem pedir nada em troca.
TCHAU, MAMÃE!!! Não diremos ADEUS!!!
NÃO!!! NÃO DIREMOS!!!!

Planaltina – DF, terça-feira, Seis de julho de 2010, às 7:38:20.













MATRIMÔNIO SESSENTÃO
(A Festa que não houve!)

(Homenagem póstuma aos 60 anos de casamento de João Mendes de Queiroz e Esteva Rodrigues de Souza, cujo matrimônio ocorreu em dois de agosto de 1950).

Xiko Mendes


Em 2010, na segunda, em Dois de Agosto,
Os meus pais comemorariam sessenta anos
De um casamento vivenciado sem desgosto
E fruto de amor sem ilusões ou desenganos.

Mas não pude comemorar isso com orgulho,
Pois Deus transformou todo o meu propósito.
Era uma terça-feira, 3:30, em Seis de Julho,
Quando minha querida mãezinha veio a óbito.

Papai, os amigos e os parentes ficaram tristes.
Foi cancelada a festa. E nenhuma comemoração
Foi feita porque essa é a maior dor que existe:
A de perdermos quem nós amamos de coração!

Mas estou contente mesmo após essa notícia,
Pois meus pais viveram juntos sempre felizes.
Esse alento faz com que a minha dor se alivia
Sempre que essa saudade me coloca em crises.

A festa aqui não houve, mas lá em cima no céu,
Todos os anjos, unidos, fizeram grande recepção
A uma pessoa que sempre esteve em lua-de-mel:
Ela é Dona Esteva, esposa-musa de seu João!

Sei que um dia esse momento ainda vai chegar:
O de reunirmos novamente esses Anjos-Poetas.
E aqui com eles minha família vai comemorar
Os 60 anos desse casamento em outras festas!

Morte de Mãe

“Eu Sou a Ressurreição e a Vida. Quem exercer Fé sobre Mim, ainda que morra, viverá” (Jesus dialogando com Marta sobre Lázaro, In: 2 João, 11: 25).
Homenagem à minha mãe, que faleceu dia 6 de julho de 2010.
Xiko Mendes

Todas as dores passam.
As dores do parto enquanto o filho nasce;
As dores de cabeça quando os problemas se resolvem;
As dores de cotovelo quando a paixão acaba.
Mas há uma dor que é lancinante e definitiva:
A dor de perder uma Mãe.
Qualquer que seja a mãe: branca, negra, rica, pobre,
Boa, ruim...
Essa é a pior das dores do Mundo:
A dor que não dói num lugar específico do corpo.
Essa dor se espalha pelos poros, pela alma...
É uma dor que devora o pensamento,
Toma de conta do sentimento,
Invade o âmago da alma do mais impassível dos viventes.
É uma dor que exala uma saudade que nunca acaba;
É uma dor que aprisiona lembranças em cada detalhe vivido
Como um filme sem começo nem fim,
Como a foto que congela cenários em porta-retratos para sempre.
É uma dor que fixa residência em nosso espírito agonizante
Como a mais fulminante das obsessões humanas.
Qualquer Ser que pensa faz seu Ritual Iniciático
Para entrar no Mundo Humano
Incorporando ao seu vocabulário
A palavra MÃE logo no início da infância.
E durante a vida inteira
A gente se acostuma tanto
A chamar Mãe aqui, Mãe ali, Mãe acolá...
Que não nos damos conta de que um dia
Nos veremos paralisados diante da única Verdade
Imponderável do Universo: a Morte!
A morte de uma Mãe!!!
Ela nos cala!
Ela não apenas nos paralisa:
Ela neutraliza a pronúncia habitual “Mãe!”
Por outra mais aguda e numa agonia inquietante:
Mãããããeeeeee............................!!!!!!!!!!!!!!!!!
Acoooorda, MÃEEEEEE.........
Fala comigo, Mãeeeee...................
MÃE!!! MÃE!!! MÃE!!! (A Morte a levou!).
Depois disso, vêem-nos um SILÊNCIO de doer fundo na Alma!
Gritamos para o Universo inteiro escutar,
Mas aí constatamos que Mãe não é um ser habitual;
É um Ser ÚNICO, eternamente INESQUECÍVEL!
Profundamente sagrado!
Mãe é um Ser mais que sublime:
É uma Dádiva Celestial!
E é por isso que a pior das dores
É a dor de perdê-la em sua dimensão física, PRESENCIAL,
Essencialmente humana.
Por mais que se creia numa outra dimensão de sua Existência,
Perder uma Mãe é perder metade de nós definitivamente.
Mas a Mãe que morre
É a mesma que RENASCE, sempre e eternamente,
Como a mais dolorosa das SAUDADES:
Aquela que nos acompanha em toda a nossa Vida.
Chorando...
Sorrindo...
Com olhos fixos no horizonte
Ou de cabeça baixa e em silêncio.
Morte de Mãe é dor que se multiplica
Com o passar dos anos.
Impiedosamente! Silenciosamente!
E só o Tempo, e apenas o tempo,
Nos devolve à Realidade:
A de que MÃE NÃO SE MORRE;
Mãe se VIVE em tudo que
Fazemos,
Sentimos,
Pensamos,
CONSTRUÍMOS...
E o que nos resta é consolarmos com o Apóstolo Paulo:
“Agora, porém, permanecem a Fé, a Esperança e o Amor, estes três; Mas o maior destes é o AMOR”.

Saudade de Mãe
(após sua Viagem ao Céu)

(Homenagem à minha mãe, Dona Esteva Rodrigues de Souza, 5/9/1929 – 6/7/2010 às 3:30).

Xiko Mendes

Saudade de Mãe...:
...É uma DOR lancinante;
...É angústia que não passa:
...Imortaliza-se no instante!
...É uma alegria sem graça.
...É se esquecer lembrando,
...É tentar revê-la não vendo.
...É ânsia em silêncio falando.
...É um eterno não-ser sendo!
...É uma ausência presente;
...É nostalgia fulminante.
...É paixão-amor inconsciente,
...É um drama inquietante!
...Sou Eu, Triste, sorrindo;
...Sou eu Alegre entristecendo.
...É o meu SONHO mais lindo:
...É imaginá-la eterna, revivendo!


Primeiro Natal sem Mamãe

Xiko Mendes
(29/11/2010)

Desde sua partida os meus dias são tristes.
Não consigo mais ser feliz completamente.
Não consigo preencher o vazio que existe,
Que é cheio dessa saudade tão persistente.

Não é possível esquecer os seus sorrisos
Que encantavam os visitantes e parentes.
E com sua ausência eu sei que é preciso
Seguir a vida com essa dor que se sente.

Como era bom dialogar com a senhora!
Como eram alegres as nossas viagens!
Lembro-me de ouvir de ti tanta história
Que voltava com recordações agradáveis.

E em nossas festas todos queriam ouvi-la!
E nas conversas ela era a mais participante.
Minha mãe era sorridente e sempre insistia
Em dar adeus à tristeza para seguir adiante.

Com um espírito religioso, vivo e atuante,
Em todas as noites deixava acesa uma vela.
E essa sua fé católica com energia militante
Fazia aumentar a sensação de felicidade dela.

Relembro-me dessa religiosidade no Natal.
Quanto ela ficava feliz com nossa presença!
Lembro-me também quanto era tão especial
O nascimento de Jesus Cristo na sua crença.

Mas esse é nosso primeiro natal sem você.
E assim serão os outros ao longo dessa vida.
E nessa confraternização não vou esquecer
De pedir a Deus para deixá-la bem protegida.

Que Deus mantenha sua alma tão caridosa
Bem perto dEle para toda a nossa eternidade.
E que neste Natal coloquemos todas as rosas
Para perfumarem essa nossa eterna saudade.

Que as manhãs se tornem muito mais belas!
Que os pássaros soltem cantos mais maviosos.
Que Deus feche todas as solitárias sentinelas
Para lembrarmos só de seus sorrisos gostosos.

Que nesses natais sem você celebremos a vida
Reunindo a família com todos os seus amigos.
E que a gente possa suavizar essa dor incontida
Tendo a Mamãe “vivendo” com Deus no Paraíso.


Eu Não Quero Te Conhecer

(Homenagem à Mãe do Autor, Dona Esteva Rodrigues de Souza, nascida em 5/9/1929, pela passagem dos primeiros trinta dias de seu falecimento que ocorreu na terça-feira, 3:30, em 6 de julho de 2010).
Xiko Mendes


É a Morte a única certeza imponderável;
É a única verdade metafísica e absoluta;
A única decisão que vem como inevitável.
E contra ela fracassamos em nossa luta.

É a Morte monstruosa e de rosto invisível.
Sem nossa autorização, entra na residência.
Sem consentimento, ela é uma força incrível,
Que neutraliza a Vida sem que peça licença.

É a Morte uma companheira inseparável
Da vida de todos nós contra nossa vontade.
É a Morte dotada de surpresa desagradável
Pois ela é tristeza atrapalhando a felicidade.

É a Morte um espectro de feição esquisita;
Não entra pela janela, somente pelas portas.
Ela é contra essa incompreensão metafísica
Que nos deixam indefesos e sem respostas.

É a Morte contrária à existência do meu ser.
E é sobre a Morte que agora Eu confesso:
Se pudesse eu jamais quereria te conhecer
Nem aqui nem em outro lugar do Universo.

Mas a Morte é parte do ritual de passagem,
Pois a Morte é indissociável do ciclo da vida.
Assim sendo, ela é a nossa “Grande Viagem”,
Sem volta, que traz Saudade sem despedida.

Mamãe “Conversando” em Silêncio

Homenagem Póstuma à Dona Esteva Rodrigues de Souza
(5/9/1929 – 6 de julho de 2010 às 3:30).

Xiko Mendes


Eu deixei minha Família criada.
Sei que cumpri a Minha Missão.
Tenho agora como Última Morada
Este céu do tamanho do meu coração.
Vou de lá dar sempre uma olhada,
Amparando Vocês e dando proteção.

Realizem teus sonhos, cuidem da Família!
Orem ou rezem e tenham sempre muita FÉ!
Deixem de chorar e tenham Vida tranqüila!
Relembrem a necessidade de quanto é...
Importante manter TODOS EM HARMONIA.
Garanto que assim, atendendo o meu Pedido,
Um ambiente de Paz e Amor será mantido.
Enquanto com Deus viverei em Eternidade,
Sei que Meus Familiares buscam a Felicidade!







Cemitério Nossa Senhora d’Abadia

Xiko Mendes

(Poema dedicado à nossa Campanha pela Criação de Lei Municipal para transformar os cemitérios existentes no município de Formoso em Patrimônio Histórico do Povo Formosense, e para criar o Novo Cemitério evitando assim que OSSADAS HUMANAS sejam arrancadas, “NAZISTICAMENTE”, para enterrar novos CADÁVERES).

Lugar sagrado para diferentes Famílias,
Monumento que guarda parte da História,
Espaço religioso que nos parece uma ilha
Que carregamos eternamente na Memória.

É nosso templo a céu aberto para meditação.
É o meu paládio particular onde me conforto.
É nosso refúgio imaginário contra a Solidão,
Local onde guardamos os meus e seus mortos.

Nesse Cemitério lemos nas Placas Lapidárias
Nosso registro da existência dos Antepassados
De uma Cidade com Efemérides centenárias
Gravadas em Necrológio para serem lembrados.

Nesse Cemitério jazem pessoas mui notáveis.
Mas também há outras anônimas e esquecidas.
Todas são alvo de nossas lágrimas veneráveis
Por fazerem parte indissolúvel de nossas vidas.

Imploramos a todos: cuidem desse Cemitério!!
Não deixem que ele seja vítima de profanações.
Nele repousam segredos da alma e os mistérios.
Nele repousa nossa dor com eternas recordações.

Lute, Formoso! Lute sempre! E se junte comigo.
Esse é o Cemitério de Nossa Senhora d’Abadia!
Esse é um lugar de mausoléus e anônimos jazigos,
Patrimônio Histórico de nossa Memória Coletiva.


Epitáfios (I, II, III)

Xiko Mendes

Eu
Sou
Tua
Estrela!
Viva e
Ame!!!


Missão concluída, vida encerrada.
Eu fiz o possível durante meu Viver.
Não posso, jamais, reclamar de nada.
Dediquei-me a cumprir com o Dever.
E agora em minha Última Morada
Sou feliz por tudo o que pude SER.

“Se não fui Útil,
Desculpe-me por ter sido fÚtil.
Mas, se do seu sucesso, fui sÓcio,
Deixe-me curtir o Ócio!!!”.








Minha Eterna SHEILA!

(Homenagem à minha eterna cunhada e amiga, Sheila – 2/9/1977 a 23/6/2006 às 8: 30).

Xiko Mendes

Minha eterna irmã, amiga e conselheira:
Isso é tudo o que a Sua Pessoa representa.
Nós sentiremos aqui sua falta a vida inteira.
Hoje, amanhã e sempre, a Saudade aumenta
Anunciando-nos quanto Você era Guerreira!

Este sentimento profundo por Sua Ausência
Tem lugar eterno em nossos sofridos corações.
Este é um sentimento de Amor e Reverência
Reagindo dentro de nós o impacto das Emoções.
Nossas lembranças de você invadem a Consciência,
Amenizando a Dor, mas guardando Recordações.

Sabemos que é dolorosa essa eterna SAUDADE.
Há entre nós uma Ligação que nunca será rompida.
Essa ligação é feita de Amor, de Paz e Felicidade.
Isso é tudo que desejamos manter desde sua partida:
Ligar você a Deus e mantê-la viva em Eternidade
Aqui, agora e sempre enquanto durarmos nesta Vida!





À Um Amigo-Irmão!

(Homenagem ao radialista Sílvio de Almeida, Locutor da Rádio Formoso FM, como agradecimento da Família pelo seu belo discurso, feito como última das Honras Fúnebres, dentro do Cemitério Nossa Senhora d’Abadia).

Xiko Mendes



Saiba que você para nós é muito especial.
Implícita e discreta é a nossa admiração.
Lá bem no fundo da estrutura emocional
Você tem lugar garantido em nosso coração.
Inspirando-nos com atitudes verdadeiras,
O homem amigo aparece nas horas tristes,
Dedicando-se à amizade de forma sincera,
E nos ajudando a reviver novos dias felizes.
Assim devemos agora esse reconhecimento:
Leve para sempre a nossa humilde gratidão,
Mas saiba também que o nosso sentimento
Engrandece essa amizade e a nossa união.
Informamos, ainda, que você é muito mais:
De pessoa amiga, virou parte da família.
Assim seja como desejariam os nossos pais.

______________________________________________________;
Planaltina – DF, Sexta-feira, 30 de julho de 2010: 26 dias após o falecimento de minha querida e eterna mãezinha, Dona Esteva Rodrigues de Souza (5/9/1929 – 6/7/2010 às 3: 30).







Non Omnis Moriar

(Homenagem ao meu Mestre-historiador, Oliveira Mello).

Xiko Mendes


Não morrerei todo – eu ainda ficarei vivo
Em parte do que eu sou e do que escrevo.
Não serei Imortal, mas estarei nos Livros,
Que deixei editados antes do meu enterro.

Não morrerei todo – ainda tenho esperança
De aqui recordarem as ideias que escrevi.
Quero que fiquem gravadas as lembranças
Somente dos bons momentos que eu vivi.

Não morrerei todo – pois aqui ainda ficarão
As saudades, minhas relíquias e a biblioteca.
Não deixarei com vocês marcas de solidão.
Lembrem só dos meus dias de alegria e festa.

Não morrerei todo – deixarei como heranças
Convicções firmes e pensamentos coerentes.
Deixarei todos os meus sonhos com as crianças
E a minha crença no que é belo e permanente.

Não morrerei todo – na Terra ainda restará
Um pedaço de mim desprendido na superfície.
É o pedacinho da minha alma que aqui ficará
Em meus descendentes, da infância à velhice.

Não morrerei todo – podem ficar tranqüilos!
Quando encontrar a morte em minha jornada,
Argumentarei com ela que fui surpreendido,
Mas estarei pronto para a última caminhada.



Um Professor Prestando Contas à Posteridade

Xiko Mendes


Fiz nesse Mundo todas as coisas possíveis.
Realizei a maioria dos sonhos meus e de outros.
Assim, posso dizer aos que são Infelizes:
Não serei, jamais, um descontente morto!!!
Confesso a vocês que ela – a Liberdade,
Inspirou e moldou sempre a minha Existência;
Seduziu-me aos desencontros com a Verdade;
Colocou-me em confronto com a incoerência.
Orgulho-me de ter sido na Vida
Mais que qualquer outra coisa:
Educador!! Um homem que na Despedida
Nada pede, além disso: que seja (re) lembrado,
Diariamente, como alguém que na Partida,
Escreveu: “Não quero um Adeus cheio de Dor!”;
Somente que digam: “Vai embora um EducaDor!!!”.






Aos Meus Filhos...: 12 Lições de Amor!

(Homenagem para todas as crianças do mundo em nome de Maíra Évelin e Rodrigo Mário).

Xiko Mendes


Aos meus filhos peço muita Humildade,
Pois esse nosso Mundo é cruel e insano;
E que nunca deixem de fazer a Caridade
Porque, antes de tudo, somos humanos.

Aos meus filhos exijo que a Honestidade
Sempre oriente a conduta deles na vida;
E que nunca deixem de falar a Verdade
Como maior princípio de nossa Família.

Aos meus filhos peço que a Liberdade
Não seja guiada por instinto intolerável.
E que use dela para buscar a Felicidade;
E não abuse para torná-la incontrolável.

Aos meus filhos eu quero a Saudade
Como prova de nossa eterna aliança.
E não esqueçam que é a Sinceridade
Uma garantia para a boa vizinhança.

Aos meus filhos eu desejo a Igualdade
Como virtude para viver com malícia,
Pois nesse mundo existe muita maldade
Que exige de todos nós luta por Justiça.

Aos meus filhos eu recomendo Silêncio
Quando é conveniente à Tranqüilidade,
Mas peço que sempre tenham Bom Senso
No combate às hipocrisias e atrocidades.

Aos meus filhos digo que nunca é tarde
Pedir desculpas e termos Arrependimento.
Nosso perdão é melhor que o ato covarde
De não censurarmos o próprio Sentimento.

Aos meus filhos peço que tenham Sonhos
E que não desistam deles com facilidade.
Digam pra si mesmos: eu não envergonho
De sonhar e lutar para torná-los Realidade.

Aos meus filhos eu imploro que tenham Fé,
Que os levem a crer que é na Simplicidade
Que encontramos no homem e na mulher
O Equilíbrio sem fanatismo nem Falsidade.

Aos meus filhos eu peço muita Clemência
Pelos erros de um pai que peca por Bondade;
Mas saibam que assim faço é por Insistência
De querê-los donos de boas personalidades.

Aos meus filhos quero que as Lembranças
Interrompam sempre as temporalidades
Para celebrarmos, com Amor e Esperança,
O bom futuro de vocês em todas as idades.

Aos meus filhos faço um Apelo derradeiro:
Chorem quando sentirem de mim Saudade,
Mas nunca fique a vida toda em Desespero.
Na minha ausência busquem a Felicidade!




BILHETE DE DESPEDIDA...
(... deixado numa cadeira vazia por um Anônimo Professor na Última Aula de um Formando)

Xiko Mendes


Um dia, quando você estiver...
Andando pela Rua da Dúvida;
E eu passeando pela Rua da Encruzilhada,
Talvez ainda a gente se encontre
Na Praça da (in) Certeza, em alguma
Esquina do bairro Paraíso,
Se daqui até lá você se encontrar
Consigo mesmo(a) no infinito cruzamento de ruas
Que nos levam à busca da Felicidade.
E aproveite para mandar-me um RECADO,
Que se deve gravar na face mais funda de sua Alma:
“Foi bom esse momento em que juntos estivemos!!”.
E ainda que esse momento não se repita nunca mais,
Valeu estar aqui compartilhando Saudades.
E serão essas Saudades os fragmentos oníricos que
Vão sobrar na Consciência Nostálgica de cada um de Nós
Sobre os momentos felizes em que juntos passamos.
Que a VIDA siga no seu ritmo imponderável
Ditando o Destino do Mundo em fagulhas
Nas penumbras do Anoitecer.
E que cada um continue como Eternos Aprendizes,
Como se a Primavera fosse (ou é?)
O Renascer eterno do Universo.
E saiba que a Esperança não é a última que morre.
Mas a primeira que abre a porta para...
Desvendar os Segredos da Existência em Surpresas
Que aparecem nas janelas de quem
Abre o coração para desvelar o Silêncio da Alma.
E encontrar Deus nos Sonhos que a gente realiza.
E que você realize seus Sonhos...,
Mesmo que a Gente não se reencontre um dia.
Por isso não te direi Adeus (!).
Desejo-lhe (apenas) um Feliz Amanhã (!!)
Como o “Menos Importante” dos Seres
Que um dia cruzou o seu Caminho,
Mas não fechou portas.
Deixou entreaberta a Janela do Silêncio,
Mas com a Alma livre para voar
E interpretar o Sentido das Estrelas,
Relendo a Sentença de Sócrates:
“Só sei que nada sei”.
Nada mais!!!



Isso é Amor de Verdade!

(Homenagem à Mãe dos meus dois filhos).

Xiko Mendes


Saiba que você é e sempre será minha paixão
Ainda que possa duvidar, digo que é verdade:
Nosso amor é muito maior que qualquer ilusão.
Deixe que ele sempre aflore trazendo felicidade.
Resolvi dizer isso porque sei quanto precisa
Agora de mim como precisarei sempre de você.
A nossa parceria é duradoura porque eterniza
Recordações de um amor que só me dá prazer.
Assim declaro para todos no Mundo inteiro:
Uma pessoa é a única dona do meu coração.
Já disse e direi sempre o que é verdadeiro:
O meu AMOR por ti é puro e não é ilusão!!!








Levante sua Autoestima!

(Homenagem para Sandra C. Araújo em um dos seus momentos tristes, mas, felizmente, superados).

Xiko Mendes


Saiba que você para nós é um ser importante.
Ame sua vida, ame você, mas ame de coração!
Não deixe que o pessimismo seja contagiante.
Dialogue com Deus e nunca fique em aflição.
Renove a sua fé agora e de forma constante.
Amarei você sempre, mas também acredite,
Com muita fé, que a sua vida vai melhorar.
Amo-te muito e sempre que possível evite
Estresse, pois ele só vem para complicar
Teus dias lindos. Pense nisso e não se irrite;
Ame a Deus e ame sempre a vida em família.
Nunca se canse de dizer que você é feliz,
Os dias são belos e é a sua estrela que brilha!
Deixe que assim eu direi o que você não diz:
Essa vida é sua: não chore nem se desespere, viva!
Assim e somente assim tudo será diferente.
Realize teus sonhos, viaje, pense em coisas boas!
Aí Deus vai compensar você premiando a gente
Uma, duas, três, mil vezes (!) sendo você a pessoa
Já escolhida como o nosso maior e melhor presente:
O troféu que simboliza o amor de nossa vida toda!


Não Quero Ser Rico do Jeito Dele$

Xiko Mendes


Nunca qui$ ser rico.
Minha riqueza é a Vida!
É a vida pulsando nos poros latejantes,
É a vida no silêncio inquieto das formigas,
É a vida na paciência do besouro rolando fezes
Para decompor e transformá-las em adubo.
É a vida de uma criança correndo no meio da chuva
Para deslumbrar-se com os pingos da felicidade.
É a vida nos mares... é a vida na música...
É a vida na poesia...
É a vida como celebração das
Coisas ditas insignificantes pelo olhar interesseiro
Dos ricos, que são pobres,
Mas me acusam de não querer ser rico.
Mas não quero ser rico como eles.
Sobre eles, não nutro inveja ou ambição.
Tenho é compaixão por estarem presos na gaiola de outro
Da qual são prisioneiros em toda a sua Existência medíocre.
O que detesto é a Pobreza, a Avareza, a Mesquinharia...!
Ser pobre de espírito, despir-se da Honra,
Renunciar à própria Dignidade, tornar-se subserviente...:
É isso que é repugnante e contra o qual lutarei sempre!
Não preciso dessa riqueza alardeada por essa gente.
O que quero é ser feliz
Calçando as sandálias da humildade,
Mas sendo visto por minhas virtudes.
Quero deixar marcas em tudo que faço!
Quero sonhar desbragadamente como um condor livre sobre o céu.
É isso que me torna rico!
É isso que é minha norma, que me forma, que me transforma.
Minha riqueza é ficar, horas e horas, sentado,
Vendo o vôo e o pouso de um pássaro.
Como é belo sentir aquilo que os ricos,
Por falta de tempo, não conseguem sentir!
O dólar, a bolsa de valores, os juros, as ambições...
Impedem os ricos de curtirem o suave
Deslocamento das nuvens ou das neves condensadas
Porque desconhecem a linguagem dos esquimós
Para quem as neves têm dezenas de cores,
Tem dezenas de significados e até cheiros diferentes.
Minha riqueza é ter em casa uma biblioteca inteira
Com livros aguardando o toque mágico de meus dedos e olhos
Para decifrar os segredos do Mundo em leituras
Para as quais tenho sentimentos infinitamente indizíveis.
Minha riqueza é esperar, pacientemente(!), pacientemente(!),
O momento do bicho preguiça se movimentar só para
Eu eu perceber que na Natureza não se anda depressa,
Pois nela a rígida regra dia-lógica do Universo
Exige a criteriosa matemática metafísica que
Conta os passos da evolução em ritmos inversos
Aos interesses hipócritas e materialistas da maioria
Dos que se dizem ricos.
Nunca qui$ ser rico!
Detesto ser rico como essa gente!
Contento-me com as únicas riquezas que tenho:
O Sol, as Estrelas, a Luz de minhas manhãs esplendorosas;
A Família;
A Saudade;
O Amor Compartilhado;
A Liberdade!
A Criança que me responde apenas com um sorriso sem preço.
Isso para mim basta!
Ser feliz é um desencontro permanente
Com a felicidade do Ser.
E é isso a única riqueza que restará em minha breve Existência.
Mais nada.
Não quero ser rico!
Obrigado, Deus!!!
Essas são as riquezas que eu juntarei sempre e das quais
“(Re) lembrarei” em meu Silêncio Eterno.






MANIFESTO A.R.C.H.É

“A morte de cada homem diminui-me porque eu faço parte da Humanidade; eis porque nunca pergunto por quem dobram os sinos: é por mim”.
(John Done – poeta e teólogo anglicano inglês, 22/1/1572 / 31/3/1631).

Xiko Mendes


ARCHÉ é palavra grega cuja pronúncia é apresentada, sonoramente, como “arqué”. Significa origem ou “Princípio Causador das Coisas”. Essa palavra foi usada pelos primeiros filósofos da Humanidade quando a Filosofia surgiu na Grécia entre os séculos VI e V a.C. Seu uso por esses protopensadores tem como essência compreender a vida e os mistérios do universo, não como PARTES dispersas ou difusas no espaço ou no vácuo do tempo. Mas entender que a VIDA, o Real e o Não-real, devem ser compreendidos como um TODO. Se, como reinterpretou Marshall Berman, “tudo que é sólido se desmancha no ar” – assim pregaram Marx e Engels em seu famoso Manifesto de 1848 – acrescentamos, com John Done, que nada do que é humano é estranho a mim porque nós, humanos, somos, antes de tudo, partes minúsculas da Natureza.
Portanto, se somos partes da Natureza e, conseqüentemente, somos partes do Universo, nós – humanos – devamos adotar o “cosmopolitismo ético-ecológico” no sentido de que o homem não é parte única ou protagonista usucapião do espaço que habita. O Grupo ARCHÉ propõe uma Nova Ética: a de que é necessário compreender que para vivermos nesse espaço, antes precisamos compreender que não somos donos dele, apenas parte dele. Cuidar desse espaço é condição primeira para a nossa própria liberdade. E essa é a razão que guia o Grupo ARCHÉ na busca por uma Nova Consciência propugnadora do HUMANISMO ÉTICO.
Foi mediante o uso da ARCHÉ que esses filósofos produziram os primeiros estudos que geraram reflexões cosmológicas sobre o Ser e o Não-Ser. Nesse sentido, eles compreenderam já naquela época que água, fogo, terra e ar eram as quatro mais importantes archés do Universo. Mais tarde também o número tornou-se princípio ordenador da matéria. Mesmo já tendo passados dois milênios e meio depois desses filósofos, água e número ainda são “archés” que determinam as reflexões do Homem. O aquecimento global, a destruição do planeta e a busca de vida fora do nosso espaço planetário são questões associadas à presença da água. Da mesma forma, a invenção do computador e com ele a origem e aperfeiçoamento da internet são exemplos de descobertas impactantes que não teriam ocorrido sem se associar com o número. Isso comprova que ARCHÉ é assunto atual.
Hoje mais do que em qualquer época, o homem precisa se reencontrar com o conceito de ARCHÉ. Dominado pela ambição, prisioneiro do pensamento cartesiano com uma lógica iluminista excludente e desintegradora, o homem pós-renascentista quer se colocar como o ser mais importante e único no domínio racional do mistério e da matéria. Mas esse homem que acredita na dominação absoluta da natureza e na explicação científica e matemática do Universo tornou-se vaidoso, prepotente e arrogante. O homem por estar tão confiante em suas certezas tem cada vez mais marginalizado a Dúvida – não aquela de um ceticismo imbecil, mas aquela mesmo, “metódico-cartesiana”, que é condição de nossa liberdade e reflexão. Essa é outra proposta do Grupo ARCHÉ.
Vivemos num mundo desencantado onde tudo é evidente porque parece previsível. Para ficarmos em dois exemplos: meninas e rapazes não namoram, “ficam”; e assim perdem a dimensão do mistério e da surpresa que marcam uma paixão inspirada na curiosidade e na expectativa adiada. A ciência parece dona absoluta do universo, pois a cada dia mostra em infográficos com efeitos especiais, microestruturas de qualquer matéria “decifrando” a dimensão cósmica do inexplicável ou, antes, dito “metafísico”. O mundo parece não ter mais lugar para o segredo, o imponderável e o encantamento. O Grupo ARCHÉ quer que você se reencante com a vida e veja na simplicidade das pessoas e das coisas a grandeza do Universo.
De tanto inventar ou descobrir, o homem perdeu o senso da perspicácia em se reinventar e se redescobrir. Não há mais lugar para a surpresa, a beleza e o deslumbramento. O Grupo ARCHÉ quer devolver ao mundo a beleza das coisas singelas, celebrar a grandeza e os valores nobres do homem simples e anônimo, buscando nele suas lições de sabedoria no contato com os outros seres da terra e do universo com a ressignificação ético-ecológica da realidade. Precisamos nos reencantar com o mundo e com a humanidade. Quando o Homem perde a sutil sensação do Espanto, ele banaliza-se na mesquinhez dos interesses imediatistas.
O Novo Humanismo Ético que o Grupo ARCHÉ propõe deseja uma OUTRA CONSCIÊNCIA: a de que sem uma relação cósmica harmoniosa entre nós, humanos, e os outros seres da Natureza, e entre nós e cada parte do Universo, a vida humana desumaniza-se na estreiteza de uma visão de mundo tacanha por ser antropocêntrica, ególatra e maniqueísta. Por isso, o Grupo ARCHÉ propõe como inadiável o debate pedagógico sobre a REORGANIZAÇÃO DO PENSAMENTO HUMANO. É preciso REORGANIZAR o pensamento cartesiano-iluminista – que cotiza o valor da vida em estatísticas frias e em desejos calculistas – para ajustá-lo a um outro pensamento filosófico-científico: esse que produz em cada um de nós a CONSCIÊNCIA HUMANISTA E ÉTICA, instauradora do Homem-Universo em si mesmo, o todo dentro das partes em cada espaço sideral perdido no confuso espectro metafísico como ilha suspensa no Cosmo indefinido.
O século XVII, tempo de Galileu e Descartes, foi a época da revolução científico-tecnológica que criou esse Racionalismo “irracional”, cartesiano, que tornou a humanidade prisioneira do mecanicismo: essa filosofia que explica o corpo humano e a natureza como máquinas pré-programadas para fazerem o que o Homem predetermina. Mas nem tudo no Universo é óbvio ululante. O Grupo ARCHÉ quer REUMANIZAR o homem e devolvê-lo ao reino da natureza. E isso significa fazer da nossa Cultura e da EDUCAÇÃO instrumentos interativos na divulgação de uma consciência ético-humanista.
O Grupo ARCHÉ propõe que o “Homem Vitruviano”, imaginado por Leonardo Da Vinci, seja o Homem que repensa a si mesmo e o universo, não mais como máquina, mas portador de uma razão libertária e criadora de musicalidade e poesia no diálogo permanente entre a infinitude do Cosmo e as fronteiras abertas e movediças do Caos. Essa Nova Arché se propõe a ser a REORGANIZADORA do contato entre Cosmo e Caos, isto é, entre o pensamento cartesiano-mecanicista para quem só somos máquinas, para o Pensamento Sistêmico ou ético-ecológico que nos ensina a conviver com as diferenças, a respeitar a humanidade e os animais como partes de um TODO planetário nos REEDUCANDO para a busca da cidadania e da democracia.
Esses são os PRINCÍPIOS CAUSADORES de uma Nova Consciência por um Humanismo Ético: 1) – Entender que tudo que afeta o homem afeta a natureza e o universo, e vice-versa, o que em contrapartida faz com que toda ação humana consciente deve levar em conta primeiro o impacto dessa nossa ação sobre a vida em sua totalidade: a vida do homem e as outras formas de vida existentes em qualquer galáxia. 2) – Tudo que é humano, antes de tudo, é parte de mim, da natureza e do Universo. 3) – Amar uns aos outros acima de tudo, mas, sobretudo, amarmos em essência e de forma profunda e abnegada os seres que coabitam nosso planeta independente de ser ele humano, um besourinho, uma lesma ou um bicho peçonhento. 4) – Reaprender a deslumbrar-se com a beleza das coisas simples celebrando a humildade. 5) – Ser ético, antes de tudo, é ser humanista consciente de que o Homem é, sim, um centro da racionalidade reinstauradora do Mundo e da liberdade. Mas, antes, somos humanistas limitados pela incapacidade de se saber de tudo, pois, diria Sócrates “Só sei que nada sei”, e isso basta para compreendermos a necessidade da busca eterna e infinita pelo conhecimento sem nunca nos tornarmos prisioneiros da visão errada de querermos seqüestrar o mundo aprisionando-o na imagem do “Homem Vitruviano”.
Somos o Grupo ARCHÉ – Argonautas Reorganizadores da Consciência Humanista e Ética. Argonautas no imaginário mítico dos gregos eram seres legendários e navegantes que buscavam nas viagens em alto mar, mais que o Tosão de Ouro, buscavam penetrar o desconhecido, decifrar os segredos do mundo sem conhecê-los todos e sem profaná-los. Argonautas são todos aqueles cujo “tosão de ouro” é o DESPERTAR ético-ecológico e pedagógico DA PRÓPRIA CONSCIÊNCIA entorpecida pela ganância, pela prepotência e arrogância que “desracionalizam” o Homem e o Mundo.
Cultura e Educação são as duas ARCHÉS do mundo em que vivemos. A Cultura é o templo sagrado para a nossa busca de referenciais na transformação da relação entre Homem e Natureza enquanto a EDUCAÇÃO é a bússola para devolver a poesia e a musicalidade da vida e do universo ao coração e à mente de homens e mulheres insensíveis à simplicidade, à humildade e à coexistência das diferenças. Assim sendo, o Grupo ARCHÉ quer, por fim, que nós, Humanos, reencontremos dentro de cada um o Homem Ético-Humanista que perdemos na caminhada pós-renascentista que deu origem a esse mundo cartesiano dentro do qual paixão, amor, família, natureza, felicidade e nobreza de caráter são “valores” medidos matematicamente pela ótica interesseira dos que se dizem saber tudo. Mas não sabem o mínimo necessário para compreender que não somos nada, além disso: meros navegantes ou ARGONAUTAS em alto mar procurando se reencontrar com nós mesmos como partes de um todo porque somos Homem-Universo. Mas o Universo não é humano: é mistério, é matéria, é surpresa, é espanto metafísico. E essa descoberta sem fim é que nos tornam humanos.

Um homem só é plenamente feliz quando ele encontra na encruzilhada os segredos de um novo caminho. Duvidar é libertar-se. Viver é (re) encantar-se. Permanentemente!